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Nomes da história intercultural em contextos euro-brasileiros
FRITZ KRAUSE (1881-1963) A EXPEDIÇÃO AO ARAGUAIA DE LEIPZIG (1981)
Forum BRASIL-EUROPA de Leichlingen (1981) sob o patrocínio da Embaixada do Brasil Org. A.A.Bispo Série preparatória da Semana Alemanha-Brasil Conferência pelos 100 anos de nascimento de Fritz Krause
[Excertos traduzidos do alemão]
Antonio Alexandre Bispo
O presente texto, já antigo, oferece excertos de uma conferência realizada em 1981 no âmbito do I° Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha, evento realizado sob a direção de A.A.Bispo e sob o patrocínio da Embaixada do Brasil na Alemanha. É aqui publicada em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Primeira Semana Alemanha-Brasil realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções. A conferência teve como objetivo comemorar o centenário de Fritz Krause e dar início aos trabalhos de pesquisa relacionados com o Brasil Central que seriam desenvolvidos nos anos seguintes. A conferência foi precidida por visitas a museus de etnologia da Alemanha Ocidental, sobretudo em Berlim, e a ela seguiu-se uma visita ao Museu de Etnologia de Leipzig, então República Democrática Alemã. Algumas datas do desenvolvimento de estudos relacionados com Fritz Krause: 1992. II° Congresso Brasileiro de Musicologia. Preparação de Pesquisas no Brasil-Central. Viagem ao Araguaia 1993. Sessão Preparatória no IBEM de viagens para estudos da cultura karajá 1995. Cultura Karajá. Sessão em Maria Laach. Sob o patrocínio da Embaixada do Brasil 1998. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia. Conferência e exposição na Academia Brasil-Europa 2002. Colóquio "Europa e o universo sonoro dos índios". A.B.E. e Universidade de Colonia Indicações bibliográficas: F. Krause, "Tanzmaskennachbildungen vom mittleren Araguaya (Zentralbrasilien)", Jahrbuch des Städtischen Museums für Völkerkunde zu Leipzig III, Leipzig 1910, 97-122 F. Krause, "Geographisches und Anthropogeographisches aus Zentralbrasilien. Auf Grund eigener Forschungen. Mit Lichtbildern". Mitteilungen des Vereins für Erdkunde zu Leipzig für das Jahr 1930, Leipzig 1911, 31-37 F. Krause, "Die Kunst der Karajá-Indianer (Staat Goyaz, Brasilien), Baessler-Archiv II,1, Berlin und Leipzig 1911, 1-31 F. Krause, In den Wildnissen Brasiliens. Leipzig, 1911. Trad. E. Schaden, Nos sertões do Brasil, Revista do Arquivo Municipal (São Paulo) LXVI-XCV (1940-44. Cf. H. Baldus in Revista do Arquivo Municipal LXVI (1940), 43-45. Cf. M. Schmidt, Zeitschrift für Ethnologie XLV (1913), 193. F. Krause, "Beiträge zur Ethnographie des Araguaya-Xingú-Gebietes", XXIe. Congrès International des Américanistes, Session de Göteborg 1924, Göteborg 1925, 67-79 F. Krause, "Die Waurá-Indianer des Schingú-Quellgebietes, Zentral-Brasilien", Mitteilungsblatt der Gesellschaft für Völkerkunde (Leipzig) 7 (1936), 14-33 F. Krause, "Die Yarumá-und Arawine-Indianer Zentralbrasiliens", Baessler-Archiv XIX (Berlin 1936), 32-44 F. Krause, "Gegenstände der Waurá-Indianer, Schingú-Quellgebiet, Zentralbrasilien", Mitteilungblatt der deutschen Gesellschaft für Völkerkunde 9(1939), 25-40 F. Krause, "Großmasken im Schinguquellgebiet, Zentralbrasilien", Mitteilungsblatt der Deutschen Gesellschaft für Völkerkunde 11 (1942), 3-19 Bispo, A. A. "Leipziger Araguaia-Expedition und die Mission am Conceição". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001 Na história da etnologia no Brasil e na das relações científico-culturais Alemanha-Brasil deve ser dada especial atenção à Expedição ao Araguaia de Leipzig (Lípsia) de 1908 (29 de janeiro de 1908 a 7 de fevereiro de 1909). O seu objetivo foi a pesquisa de grupos indígenas do médio Araguaia entre 15 e 9° latitude sul, - Karajá, Savajé, Tapirapé e Kayapó -, com os mais modernos métodos e instrumentos da época. Deveria também proceder à coleta de materiais para estudos da vida cultural indígena para o Museum für Völkerkunde de Leipzig. Foi realizada pelo etnólogo Fritz Krause, assistente de direção do Museu. (...) Em 22 de abril de 1910, F. Krause apresentou os resultados geográficos e antropogeográficos de sua viagem em palestra ilustrada na Sociedade de Geografia de Leipzig, salientando ter sido ele o primeiro que teve contacto com os "Schavaje" e com os "Caypó", entre os quais permaneceu apenas dois dias. Os Kaipós apresentavam-se ainda pouco influenciados pela cultura da sociedade brasileira. Alguns já falavam o português devido ao ensino missionário em Conceição. (...) A preocupação pela qualidade técnica dos aparelhos utilizados disse respeito também à gravação sonora. Com o uso dos mais avançados fonógrafos procurava-se conseguir um nível até então nunca alcançado de registro de falas e cantos. Sob esse aspecto, a Expedição vinha de encontro à necessidade então sentida na Musicologia Comparada de transcrições musicais mais pormenorizadas, o que exigia melhores gravações. Para os registros sonoros foi utilizado um fonógrafo Exzelsior, com cone de níquel e tubo de gravação. O aparelho suportou bem a viagem e foi de grande utilidade dado "o grande talento musical dos índios", como F. Krause salientou. Menos resistentes foram os rolos, apeser de terem sido escolhidos os mais fortes. Devido à umidade e ao calor, no fim da viagem já se haviam de tal forma distorcido que não mais poderiam ser colocados no cilindro. À hora de maior calor, ao meio do dia, amoleciam tanto que era impossível tocá-los. Assim, as gravações apenas puderam ser realizadas à noite. Fritz Krause salientou, por isso, a necessidade de emprêgo de material mais rígido na confecção de rolos para pesquisas a serem efetuadas nos trópicos.
O presente texto, já antigo, oferece excertos de uma conferência realizada em 1981 no âmbito do I° Forum Brasil-Europa de Leichlingen, Alemanha, evento realizado sob a direção de A.A.Bispo e sob o patrocínio da Embaixada do Brasil na Alemanha. É aqui publicada em português com o objetivo de documentar os trabalhos realizados no âmbito da Academia Brasil-Europa e institutos integrados. Não reflete o estado atual dos conhecimentos, uma vez que os trabalhos tiveram continuidade. O seu objetivo foi preparar a Primeira Semana Alemanha-Brasil realizada pela Escola de Música e pelo Departamento de Cultura da Municipalidade de Leichlingen. Por esse motivo, aspectos etnomusicológicos estiveram no centro das atenções.
A conferência teve como objetivo comemorar o centenário de Fritz Krause e dar início aos trabalhos de pesquisa relacionados com o Brasil Central que seriam desenvolvidos nos anos seguintes. A conferência foi precidida por visitas a museus de etnologia da Alemanha Ocidental, sobretudo em Berlim, e a ela seguiu-se uma visita ao Museu de Etnologia de Leipzig, então República Democrática Alemã. Algumas datas do desenvolvimento de estudos relacionados com Fritz Krause: 1992. II° Congresso Brasileiro de Musicologia. Preparação de Pesquisas no Brasil-Central. Viagem ao Araguaia 1993. Sessão Preparatória no IBEM de viagens para estudos da cultura karajá 1995. Cultura Karajá. Sessão em Maria Laach. Sob o patrocínio da Embaixada do Brasil
1998. Música no Encontro de Culturas. Universidade de Colonia. Conferência e exposição na Academia Brasil-Europa
2002. Colóquio "Europa e o universo sonoro dos índios". A.B.E. e Universidade de Colonia
Indicações bibliográficas: F. Krause, "Tanzmaskennachbildungen vom mittleren Araguaya (Zentralbrasilien)", Jahrbuch des Städtischen Museums für Völkerkunde zu Leipzig III, Leipzig 1910, 97-122
F. Krause, "Geographisches und Anthropogeographisches aus Zentralbrasilien. Auf Grund eigener Forschungen. Mit Lichtbildern". Mitteilungen des Vereins für Erdkunde zu Leipzig für das Jahr 1930, Leipzig 1911, 31-37
F. Krause, "Die Kunst der Karajá-Indianer (Staat Goyaz, Brasilien), Baessler-Archiv II,1, Berlin und Leipzig 1911, 1-31
F. Krause, In den Wildnissen Brasiliens. Leipzig, 1911. Trad. E. Schaden, Nos sertões do Brasil, Revista do Arquivo Municipal (São Paulo) LXVI-XCV (1940-44. Cf. H. Baldus in Revista do Arquivo Municipal LXVI (1940), 43-45. Cf. M. Schmidt, Zeitschrift für Ethnologie XLV (1913), 193.
F. Krause, "Beiträge zur Ethnographie des Araguaya-Xingú-Gebietes", XXIe. Congrès International des Américanistes, Session de Göteborg 1924, Göteborg 1925, 67-79 F. Krause, "Die Waurá-Indianer des Schingú-Quellgebietes, Zentral-Brasilien", Mitteilungsblatt der Gesellschaft für Völkerkunde (Leipzig) 7 (1936), 14-33
F. Krause, "Die Yarumá-und Arawine-Indianer Zentralbrasiliens", Baessler-Archiv XIX (Berlin 1936), 32-44
F. Krause, "Gegenstände der Waurá-Indianer, Schingú-Quellgebiet, Zentralbrasilien", Mitteilungblatt der deutschen Gesellschaft für Völkerkunde 9(1939), 25-40
F. Krause, "Großmasken im Schinguquellgebiet, Zentralbrasilien", Mitteilungsblatt der Deutschen Gesellschaft für Völkerkunde 11 (1942), 3-19
Bispo, A. A. "Leipziger Araguaia-Expedition und die Mission am Conceição". Die Musikkulturen der Indianer Brasiliens: Stand und Aufgaben der Forschung IV: Zur Geschichte der Forschung. Anuário Musices Aptatio 2000/1. Roma/Siegburg 2001
O material etnográfico de sua viagem é conservado no Museu Etnográfico de Leipzig. Na sua obra In den Wildnissen Brasiliens (Leipzig 1911; trad. E. Schaden, Nos sertões do Brasil, Revista do Arquivo Municipal, São Paulo LXVI-XCV, 1940-44), o autor dedica ítens ilustrados à música Karajá e aos instrumentos musicais Savajé. Quanto aos Karajá, F. Krause reconfirma primeiramente a grande receptividade musical desses indígenas, que ele conhecia da literatura (informe de 1773: Revista do Instituto Historico e Geographico VIII, 2a. ed. 1867, 382). Krause registra a surprêsa desses indígenas ao escutarem o fonógrafo. Quanto ao instrumentário musical, que o autor considera pobre, registra instrumentos de sopro de sinal, pequenas flautas e raspadores de tartaruga, além de maracas para o acompanhamento de cantos; o autor dá a terminologia indígena, descrições detalhadas dos instrumentos, o modo de emprêgo e faz observações sobre o uso. Papel relevante empresta ao canto; o seu principal informante foi o cacique Ilk, que conhecia não apenas cantos Karajá, como também Savajé e Tapirapé. Ele era conhecido em todas as aldeias expressa,emte como cantor e todos queriam ouvir os registros sonoros efetuados, num total de 44 rolos. Dada a distorção sofrida pelos rolos devido à umidade e ao calor, o autor descreve algumas características dos registros sonoros. F. Krause, nas suas pormenorizadas descrições, considera também a maneira de emissão da voz e a função do canto. Registra, com ilustração, flautas de cabaças entre os Savajé. Em trabalhos posteriores, o etnólogo considerou outras etnias, como os Waurá,os Yaruma e Arawine, utilizando-se, entre outros informes, dos diários de Hermann Meyer e do desenhista Wilhelm von den Steinen. Do ponto de vista da etnologia da dança, merece especial menção um seu estudo de 1910, profusamente ilustrado, sobre as máscaras de dança dos Karajá e Javaé, sobre suas imitações, usadas como brinquedo pelas crianças. Em publicação posterior (1942), baseando-se em dados de outros autores (Karl e Wilhelm von den Steinen, H. Meyer, M. Schmidt, Petrullo) considerou às "máscaras-gigantes" de vários grupos. Especificamente de relevância organológica é o seu estudo sobre o tambor de tronco entre os Bakairi, Aueti, Kamaiurá e Trumai (1942). F. Krause assume particular significado para os estudiosos interessados no estudo da música e dos instrumentos dentro do contexto mais amplo da arte em geral, do qual foi um especialista com relação aos Karajá. Segundo o conceito de distribuição geográfica de elementos culturais (W. Schmidt, E. Nordenskiöld, entre outros) tratou do posicionamento histórico-cultural dos Karajá no XXI Congresso Internacional de Americanistas, em 1924. (...) Wilhelm Kissenberth Também em 1908 e 1909 esteve no Brasil Central e no Leste do Brasil outro cientista alemão: Wilhelm Kissenberth (1878-1944), colaborador científico do Museu de Etnologia de Berlim. Realizou estudos de grupos do povo Canela, no Maranhão ("Bei den Canela-Indianern in Zentral-Maranhão", Baessler-Archiv II (1912), 45-54) e no Araguaia (Karajá, Kaiapó, Guajajára do rio Mearim) ("Beitrag zur Kenntnis der Tapirapé-Indianer", Baessler-Archiv VI, 1/2 (1916), 36-81)
Do ponto de vista etnomusicológico, adquirem especial significado os cantos - um com transcrição musical - colhidos de uma mulher Tapirapé que vivia numa aldeia dos Karajá, com texto original e tradução. (...)
O texto aqui publicado é apenas um das várias centenas de artigos colocados à disposição pela Organização Brasil-Europa na Internet. O sentido desses textos apenas pode ser entendido sob o pano de fundo do escopo da entidade. Pedimos ao leitor, assim, que se oriente segundo a estrutura da organização, visitando a página principal, de onde obterá uma visão geral: https://brasil-europa.eu Dessa página, o leitor poderá alcançar os demais ítens vinculados. Para os trabalhos recentes e em andamento, recomenda-se que se oriente segundo o índice da revista da organização: https://revista.brasil-europa.eu Salientamos que a Organização Brasil-Europa é exclusivamente de natureza científica, dedicada a estudos teóricos de processos interculturais e a estudos culturais nas relações internacionais. É a primeira do gênero, pioneira no seu escopo, independente, não-governamental, sem elos políticos ou religiosos, não vinculada a nenhuma fundação de partido político europeu ou brasileiro, supra-universitária e originada de iniciativa brasileira. Foi registrada em 1968, sendo continuamente atualizada. Não deve ser confundida com outras instituições, publicações, iniciativas de fundações ou outras páginas da Internet que passaram a utilizar-se de denominações similares. Prezado leitor: apoie-nos neste trabalho que é realizado sem interesse financeiro por brasileiros e amigos do Brasil! Torne-se um dos muitos milhares que nos últimos anos visitaram frequentemente as nossas páginas. Entre em contato conosco e participe de nossos trabalhos: contato
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