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PARATY, RJ, BRASIL Atividades da Academia Brasil-Europa 2007
Viagem cultural 23 de dezembro a 16 de janeiro de 2007 Complexo temático: Estrada Real, Caminho de Anchieta e Imigração (Rotas do Mar e das Montanhas ES)
Participantes: Prof. Dr. A.A.Bispo, Dr. H. Hülskath (A.B.E.), K. Jetz, T. Nebois (I.S.M.P.S.), E. do Rego (I.B.E.M.). Encontro de S. Paulo: Profa. Isolda Bassi-Bruch (Pres. A.B.E.), Dra. Neide Carvalho (assessoria jurídica das organizações, Secretaria de Estado da Cultura)
Projeto e programação: Prof. Dr. A. A. Bispo, com a colaboração da Universidade de Colonia, Alemanha. Antecedentes: seminários e cursos expositivos realizados na Universidade de Colonia em 2006
Objetivos: Atualização de impressões, observação informal de novos desenvolvimentos e renovação de impulsos para o prosseguimento de projetos da A.B.E. e dos institutos a ela integrados (Migração, Poética da Urbanidade, Cultura e Natureza, Processos interamericanos e transatlânticos). Recolha de material fotográfico e de documentos para os acervos e as publicações da A.B.E.
Para maiores informações veja os números da Revista Brasil-Europa-Correspondência Euro-Brasileira (2006:6 e 2007:1)
©Todos os direitos reservados: ABE/ISMPS, 2006/2007
Paraty. Paraty tem avançado, nas últimas décadas, desde a abertura da estrada Rio-Santos, a um centro turístico de características únicas, marcado por uma homogeneidade harmoniosa do conjunto arquitetônico e urbanístico, cada vez mais valorizado, e pela beleza das paisagens que o emolduram. Nesse contexto, Paraty tem atraído artistas e intelectuais, transformando-se também em significativo centro cultural.
Os estudos culturais relativos a Paraty não podem deixar de considerar primordialmente o passado indígena da região e os problemas derivados do trato com os europeus no comércio do pau-brasil; até hoje a presença indígena - apesar das discontinuidades étnicas e culturais - é uma realidade na cidade. A história do porto e da urbe, porém, além do aspecto militar-marítimo, representado no forte ainda existente (Defensor Perpétuo, 1703, hoje Museu de Artes e Tradições Populares), vincula-se sobretudo à exploração e à ocupação do interior acima da serra. Parati une-se, assim, através da antiga trilha indígena e do posterior Caminho do Ouro, ao contexto histórico-cultural do Vale do Paraíba e das Minas Gerais. A povoação foi elevada a vila pelo capitão-mor de São Vicente, Jorge Fernandes da Foseca, em 1660, sendo confirmada por provisão de 1667 e criada por Martim Correa Vasques Anes. A sua casa da Cadeia data de 1701. Em 1726, foi anexada à capitania do Rio de Janeiro.
O desenvolvimento de Paraty, para além das atividades pesqueiras e agrícolas locais, deveu-se à sua qualidade de porto exportador de produtos agrícolas, de ouro e, posteriormente, sobretudo de café das plantagens paulistas. Com a implantação das estradas de ferro unindo as cidades paulistas a Santos e ao Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, decaiu gradativamente a importância econômica da localidade. Apesar de ser sede de um posto para o comércio costeiro, as exportações decaíram; uma das razões desse processo residiu no fato de Paraty pertencer à província do Rio de Janeiro, dependendo, ao mesmo tempo, pela sua situação geográfica, do comércio com a Província de São Paulo. Dessa, porém, era separada pelas divisas provinciais e pela serra.
A vida religiosa de Paraty determinou, no passado, fundamentalmente as expressões culturais locais e regionais. Uma particular menção deve ser feita ao culto a Espírito Santo, nas expressões tradicionais conhecidas das ilhas açorianas. A religiosidade popular portuguesa marcou o culto de santos na comunidade; já em 1722 erguia-se a Igreja de Santa Rita de Cassia (hoje Museu de Arte Sacra) e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição; poucos anos mais tarde, os fiéis de cor construíam as igrejas do Rosário e de São Benedito. O grande monumento da arquitetura sacra de Paraty deveria vir a ser a sua igreja matriz, construção de grande porte iniciada em 1787 e dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, infelizmente inacabada. A vida religiosa, social e cultural da cidade foi profundamente marcada pelas atividades das irmandades. Por outro lado, a franco-maçonaria exerceu influência relevante. Devido a seus elos com a Corte, Paraty conheceu uma prática refinada de música para bailes e de prática orquestral. Sobretudo as quadrilhas alcançaram popularidade entre as famílias da localidade.
No âmbito da tradição da A.B.E., Paraty tem sido intensamente considerado desde meados dos anos sessenta. Vários aspectos de sua história cultural foram estudados e discutidos em diferentes eventos. Salientam-se aqui as várias viagens de pesquisas e as sessões internacionais ali realizadas por ocasião do Congresso de Estudos Euro-Brasileiros, em 2002, e do Colóquio Internacional de Poética da Urbanidade, em 2004.
A.A.B.
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